sexta-feira, 30 de outubro de 2009

LIBERDADE E CONTROLE

EU NÃO SEI VOCÊ, MAS EU FAÇO O TIPO controladora, gosto de estar na regência de tudo o que me cerca, vivo a ilusão de que sem mim as coisas não irão funcionar, me sinto necessária, e isso me agrada e ao mesmo tempo me angustia, gostaria de ser mais relaxada e mais resignada diante da minha falta de controle absoluta: pois é, a gente pensa que tem controle sobre tudo, mas não temos controle sobre nada.

Se você curte se auto-investigar, bem-vindo ao clube.

Passei horas, outro dia, conversando com um amigo sobre este instigante assunto: temos ou não temos controle sobre nossas vidas? Minha tendência é acreditar que há um controle ao menos parcial. Senão vejamos: eu tenho o poder de fazer escolhas. Posso dizer sim ou não, ir para a esquerda ou para a direita. Posso me separar, continuar casada, ter mais um filho, posso mudar a cor do cabelo, posso abandonar o emprego, passar dois meses sozinha numa ilha ou me internar num convento. O que me impede?

Você mesma se impede, responde ele.

Tem razão, o problema é que não somos livres. Eu, ao menos, não acredito em liberdade enquanto houver dependências afetivas. Para ser livres, precisaríamos não manter nenhuma espécie de laço com ninguém, o que é impensável: abrir mão de pai, mãe, irmãos, filhos, amigos, um amor. É um preço alto demais para pagar pelo ir-e-vir. Estou de acordo com um psicanalista que disse que o máximo de liberdade que podemos almejar é escolher a prisão em que queremos viver. Eu escolhi a adorável prisão dos afetos.

Meu amigo considera interessante essa história de escolhermos nossas prisões, mas diz que isso só prova que somos 100% livres. Poderíamos escolher prisão nenhuma, mas nos é intolerável a idéia de viver soltos. Então vamos construindo nossas cercas: uma mãe doente a quem não podemos decepcionar, uma esposa que iria se suicidar se a deixássemos, filhos que iriam ficar traumatizados com nosso divórcio, um emprego ótimo que seria loucura abandonar, enfim, vamos inventando empecilhos para não sair da jaula. A liberdade é desestabilizadora, e queremos tudo, menos a subversão.

Pergunto: que mal há em sermos corretos, em agirmos com decência e discernimento, em não frustrar as expectativas que depositaram em nós?

Mal nenhum, responde meu amigo. É até muito nobre, diga-se. Mas quem inventou as definições de correção e decência? E quanto às suas próprias frustrações, são menos importantes do que as que os outros têm em relação a você?

Pois é, de vez em quando entro em uns debates insanos sobre liberdade e controle, e onde chego com tudo isso? A um papo excitante, o que já é muito. Pensar é um ensaio de liberdade. Que poucos se atrevem, aliás. É o que por hora me permito enquanto eu não for — na prática e às ganhas — totalmente livre.

Martha Medeiros

domingo, 25 de outubro de 2009

Inteira

Não quero ser uma menina assustada
Tão pouco uma mulher equilibrada
Sem pretensão alguma de ser perfeita
A mim basta ser simples
Mantendo a alma viva e apaixonada

Nem sempre sou o que quero ser
Hoje posso 'estar' linda e a sorrir
Amanhã, como desconheço o que há por vir
Poderei ter os olhos tristes e cansados
E todo o encanto destes sumir.

Quero o direito de ser forte
Quando algo me induzir á lutar
Como quero me permitir à fragilidade
Se das tristezas dessa vida
O coração reclamar

Não quero vencer todas as lutas
Mas o direito de todas as batalhas tentar
Sem me importar muito de como o amanhã será
Agradecendo sempre, se nele eu estiver
Não importando se aqui ou acolá

Para que me digas algo
Não precisa o dicionário consultar
Basta que use palavras claras e simples
Fazendo-as ao meu coração chegar
E a essa alma inquieta encantar

Permitindo-me ser apenas humana
'Ser' ao invés de representar
Errar para depois me aperfeiçoar
Mutante quando para melhorar
Assim me terá sempre inteira
Totalmente sua e verdadeira.

Fanete Costa

domingo, 11 de outubro de 2009

Memórias


Eu fui matando os meus heróis aos poucos
Sim eu estou matando-os, faltam poucos..
Como se já não tivesse
Nenhuma lição pra aprender
Estou totalmente errada, tenho muitas lições pra aprender ainda...
Eu sou uma contradição
E foge da minha mão
Fazer com que tudo que eu digo
Faça algum sentido
Também nem quero que nada faça sentido, às vezes nem eu me entendo...
Eu quis me perder por aí
Sempre quero
Fingindo muito bem que eu nunca precisei
De um lugar só meu
Mas SIM eu preciso urgentemente de um lugar só meu!

Tem coisas que ninguém ensina...

Ninguém lhe ensina a ser vc mesmo.
a viver sua própria vida.
A sonhar, a ter esperança.
Ninguém ensina vc a ter ousadia
a fazer a sua opção.
Ninguém ensina vc a beijar,
a amar,a criar a ter talento.
Ninguém ensina vc a ter atitude,
a ser livre.
Ninguém ensina vc a encontrar o seu momento.
Ninguém ensina vc a descobrir prazeres,a saborear.

TEMOS MUITO QUE APRENDER
MAS TEM COISAS QUE NINGUEM ENSINA.

Rubia Rodrigues

E que é preciso descomplicar a vida:
Por favor.. DESCOMPLIQUE!!

O caminho está congestionado?? Desvie..
O(a) menino(a) está enrolando você?? Converse e desenrole..
O prazo está terminando?? Agilize ou negocie..
Algo ou alguém incomoda você?? Fale..
O coração está partido?? Conserte-o, a vida continua..
Não gosta mais dele(a) ou ele(a) não quer mais você?? Parta pra outra..
Foi mal na prova?? Estude e recupere na próxima..
Está preocupado?? Relaxe e tente resolver..
O mundo parece desabar sobre você?? Pare, conte até dez (ou mil)...

εϊз..
Vamos nos estressar menos e viver mais!!
Complicar pra quê??
Se a gente vai ter resolver tudo de qualquer maneira..
εϊз..

Mãos à obra e boa sorte!!

Márcia Duarte

tudo muito simples né?
aprender o que ninguém ensina
e
descomplicar o que está complicado...

Sim... como a vida é engraçada, vou provar porque:


Não pedimos pra nascer, não escolhemos nossa família, e tudo na maior parte do tempo foge do controle das nossas mãos, nada depende exclusivamente de nós mesmos, uma simples chuva pode mudar o curso de uma vida, é assim... não escolhemos nossa família mas selecionamos nossos amigos, passamos a vida correndo atrás da felicidade, sem saber se ao certo ela existe e talvez quando finalmente achamos que a encontramos vamos embora pra onde acreditamos que ela esteja...

a vida é engraçada, é como um sopro, ele está ali e depois não está mais, deixando as vezes a sensação de que nem existiu, e de que vale a pena? de que vale a pena a inveja, a ganância, o ódio, a mágoa, a maldade, tudo de ruim que existiu? são nessas reflexões que me pergunto o verdadeiro sentido da vida, qual o sentido dela? qual o sentido da minha vida? por que correr atrás de tão pouco?

me conscientizo de tudo isso, perdoo os meus e os alheios erros, mas no momento seguinte sou contagiada pela vida, impressionante como somos, como a vida segue; se todos ao mesmo tempo tomassemos consciência que tudo isso aqui é passageiro e lutasse pra ter realmente alguma importância no mundo, fazer a diferença , pensando no bem sem olhar a quem, seria o paraíso, e o paraíso não é aqui...é....




....é realmente engraçada esta vida...

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

"E eu que pensava que não ia me apaixonar

Nunca mais na vida..."

Não é fácil se enganar quando o sentimento
rompe as barreiras impostas pela razão.


Não é lógico ignorar que há um sentimento muito forte
e achar que a loucura se faz presente, que com o tempo
tudo volta a ser lógico, uma esperança
de sanidade emocional.


O medo de errar, o pavor em estar certo.
Entre falas ensaiadas do que parece correto,
pensamentos que não são precisos.


O mesmo sentimento que muda em pouco tempo,
"é tão bom que faz mal".


Torna-se desumano sufocar um sentimento,
sem ao mesmo dá-lo a chance de acontecer,
de matá-lo com a frieza que chamamos
de "melhor assim".


O que se nega,
é o que te falta?


Ditando regras ao incontrolável,
quando, como, onde e quem.


[Dona Geo]


"Eu podia estar agora sem você
Mas eu não quero, não quero..."