quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Às vezes precisamos desistir.


Com o passar do tempo, percebi que existem situações das quais não podemos fugir. Como a morte, a partida ou a saudade, por exemplo. Mas não é disso que quero falar. Na verdade, entendi que às vezes precisamos abrir mão de certas coisas. Precisamos correr atrás dos nossos planos, realizar sonhos, viver a vida ao máximo. Mas sim, às vezes também precisamos desistir.

E por mais simples que pareça, não é. Desistir do que não queremos é fácil. Difícil é desistir daquilo que mais gostamos. Muitas vezes é algo pequeno, algo a que estamos acostumados, algo que sabemos que não fará falta. Mas até dessas coisas é difícil abrir mão.

Saber desistir é uma das últimas lições que aprendemos na vida, até porque é uma das mais duras. Mas com ela vem a sabedoria, a realização, o sucesso. Porque quando precisamos desistir de algo, é porque aquilo nos impede de ir adiante, de seguir com as nossas vidas.

Muitas vezes o que nos aprisiona é um relacionamento doentio, um sonho mesquinho ou fantasioso demais, um erro recorrente, um sentimento negativo. Mas nem sempre é algo ruim. Algumas vezes simplesmente estamos perdendo tempo com coisas que não trazem proveito algum. Um projeto falido ou uma atividade sem muito futuro, talvez.

Esse assunto me lembra os ‘Acumuladores’. Os ‘Acumuladores’ são pessoas com problemas psicológicos que não conseguem jogar nada fora. Eles vivem em meio a pilhas e pilhas de lixo (sacolas plásticas, papéis sujos, jornais antigos e rasgados, etc) e acham que precisam de tudo aquilo. É um distúrbio mental em que a pessoa não consegue desistir.

É claro que é um distúrbio raro e que, provavelmente, não conheçamos ninguém assim. Mas às vezes temos a síndrome do acumulador de atividades, de projetos, de planos, de sentimentos ruins. Chegamos a um ponto em que precisamos seguir em frente e não olhar para trás, para o que fica pelo caminho.

O problema é que, nessa grande viagem que é a vida, sempre queremos carregar tudo com a gente e esse excesso de malas nos traz um peso desnecessário. Então acabamos por ficar estagnados, cansados demais para prosseguir.

Há momentos na vida em que temos que deixar certas coisas de lado, nos desprender. Dói, machuca, fere nosso orgulho. Mas é necessário. Daqui a algum tempo olharemos para trás e saberemos que essas pequenas desistências valeram a pena para chegarmos onde chegamos.

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