Ou seria, sozinha, mas não solitária? Certamente há pessoas que passam o dia todo envolvidas em projetos e ocupações e, provavelmente, se relacionando com muitas pessoas diariamente. Participam de reuniões longas ou mantêm contatos momentâneos, sejam de trabalho, sejam com pessoas na rua, ou no supermercado, ou no shopping, sejam com amigos, conhecidos ou com familiares.
Mas, quando voltam para casa, jantam sozinhas, em frente à televisão, falando ou pensando alto, suspirando ou cantando, talvez para ouvir a própria voz. Claro que a natureza humana é sociável, e, com certeza, tais pessoas gostariam de estar com amigos, ou com alguém especial com quem poderia compartilhar momentos agradáveis. No entanto, continuam sozinhas, noite após noite, fim-de-semana após fim-de-semana, sem ânimo para levantar de seu lugar e buscar a companhia de alguém.
É óbvio que todos necessitam de um tempo para estar sozinhos consigo mesmos, para refletir sobre suas vidas, dirão alguns. Estar sozinho não significa sentir-se solitário, dirão outros. Sozinhas, as pessoas podem relaxar, ser elas próprias, sem se preocupar com as convenções sociais. E podem fazer o que desejarem, sem ter que dar satisfação a ninguém de suas manias, muitas vezes inadequadas. Sem a presença de alguém que influencie sua opinião, há liberdade para decidir seus planos, quer sejam na vida profissional, amorosa ou social.
Há casos em que se desliga o celular, não se atende o telefone, nem o interfone para não ser incomodado. Recusa-se convites para sair, ir ao cinema, bater um papo com os amigos, ou para viajar, para confraternizar. Querer estar sozinho, no entanto, não significa ser solitário. Nem que a pessoa esteja necessariamente infeliz. É uma opção pessoal.
Caso, porém, a pessoa esteja realmente abandonada por todos, esse estar sozinha possui uma conotação negativa de tristeza e de solidão, que provoca uma sensação de vazio, de isolamento, de estar fora do convívio com outras pessoas. A pessoa pode ter sido rejeitada pelos outros por sua aparência, raça, religião, ou por suas idéias ou hábitos inadequados, digamos assim.
Outros motivos também podem provocar o desejo de se isolar, como a perda de alguém muito querido, ou a perda de um emprego, ou uma separação conjugal (embora o casamento não livre alguns da solidão). Há motivos graves que levam pessoas ao isolamento emocional e físico. E, nestes casos, voltar ao convívio social deve ser extremamente difícil. Não creio que estar sozinha seja uma opção, nestes casos, mas uma circunstância da qual a pessoa não consegue se livrar.
Bem, particularmente, adoro ficar sozinha, cuidando de minhas coisas e vivendo independentemente. Mas, embora tenha razões para querer o isolamento, não vivo separada de meus amigos e familiares. Pelo contrário, posso optar em sair ou ficar em casa. Não há um estado depressivo de isolamento e dor. Estar sozinha é muito bom para estar comigo mesma.
domingo, 14 de junho de 2009
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